terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Belenenses sofre uma razia no plantel

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Adeus. Ruben arranjou emprego no estrangeiro para fugir à crise

Entre lesões, rescisões e ida de Ruben Pacheco para Angola
O Belenenses acaba de sofrer uma autêntica razia no plantel, adversidade comprometedora quanto aos objetivos desportivos, apesar de a equipa se manter na luta pelo Grupo A, dos seis primeiros do campeonato, e de ter carimbado do domingo, perante o Marítimo, a presença na final-four da Taça de Portugal.

O central Ruben Pacheco despediu-se da equipa na vitória (27-40) obtida no Funchal, porque vai emigrar para a Angola, onde arranjou trabalho, enquanto o guarda-redes José Lopes e o pivô Diogo Godinho - já se estreou pelo Vitória de Setúbal, da 2ª Divisão - saíram por não aceitarem cortes nos salários.

Já o lateral Edgar Landim foi operado a um dos joelhos e o ponta-esquerda Filipe Pinho sofreu uma entorse num dos pés, sendo que a recuperação desta dupla se prevê bastante demorada.

Emigrante. Ruben Pacheco, de 23 anos, justificou a decisão de emigrar: "A situação em Portugal está muito difícil. Surgiu a oportunidade para trabalhar como fisioterapeuta em Angola e aproveitei. No mínimo estarei lá um ano, que é a duração do visto, existindo a possibilidade de representar o 1º de Agosto porque um dos meus patrões é o Kali, capitão da seleção angolana de futebol e jogador do clube, que 'mexeu os cordelinhos'. Mesmo que o campeonato seja mais fraco, um dia poderei voltar e jogar em Portugal."

O primeira linha revelou os problemas financeiros do clube do Restelo: "Quem gere a secção do Belenenses é o Núcleo de Amigos do Andebol (NAA). Eu acumulava o cargo de jogador com o de fisioterapeuta dos juniores, único escalão apoiado financeiramente pela direção. Tinham 21 mil euros para as deslocações, mas como voltaram atrás, teve de ser o NAA a arcar com as despesas e a direção teve de cortar onde podia, nos salários. Este mês já senti esse corte. O NAA tem feito tudo para manter a modalidade viva."

José Lopes também analisou a crise: "A saída deve-se ao corte de salários. Não iriam pagar-me mais a partir deste mês. Abandonar foi a minha opção. Houve uma falta de compromisso. Disseram que não podiam pagar mais a alguns jogadores e eu fui um dos visados, apesar de desejarem a minha continuidade. Só que não iria receber nada. Dois clubes já me telefonaram, mas estou mais preocupado com os meus estudos. Estou envolvido no estágio do mestrado em Educação Física, pelo que não sei se vou parar até final do ano ou mesmo deixar o andebol. Talvez possa regressar um dia, mas nesta situação o esforço não compensa."

João Florêncio pede motivação
O treinador do Belenenses, João Florêncio, não desanima: "A maioria deseja continuar. Temos hipóteses de fazer um bom campeonato, desde que se ganhe em casa. Como se motivam os jogadores? Com afinco nos treinos, honestidade e sinceridade. Não se pode pagar o que não se tem. Ninguém está no Belenenses pelo dinheiro. A média dos salários é 150 euros/mês. Não vale a pena o 'choradinho'. Vamos à luta."

Dirigentes não comentam
Apesar das tentativas de Record, a direção do Belenenses não comentou a situação, alegando que os seniores são geridos pelo Núcleo de Amigos do Andebol, mas o dirigente Reis Nogueira, responsável pela secção e membro do NAA, esteve incontactável até ao fecho desta edição.
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