Leia a entrevista, realizada pelo consócio Jorge Braz, que se encontra dividida em quatro partes para uma leitura mais perceptível.
Prof. Luís Bandeira, há quantos anos está a trabalhar no Belenenses?
Estou aqui há sete anos. Estive como adjunto do Filgueira durante cinco anos (uma época nos Juniores, três nos Juvenis A e uma nos Iniciados A) e de momento esta é a minha segunda época como treinador principal dos Iniciados A do Belenenses.
E como correu esta época até aqui?
Esta época foi um pouco atípica, pois não conseguimos o apuramento para a 2ª Fase do Campeonato Nacional por apenas 3 pontos. De momento estamos a disputar o Torneio Extra da AF Lisboa e estamos a 4 pontos do 1º lugar.
Quantos jogadores compõem o plantel de Iniciados A do Belenenses?
Eu planeei e iniciei a época para com 25 jogadores. De momento temos 21 jogadores.
Porquê esta redução do número de jogadores?
Este campeonato marca uma passagem que por vezes é difícil de ultrapassar pelos jogadores. Até este escalão o número de substituições é ilimitado. No Campeonato Nacional já só podemos realizar 5 substituições, sendo que na segunda parte só é possível realizar duas. Há muitos miúdos que ficam descontentes com esta situação e nestas idades, quer pela impaciência própria da idade, quer pela influência dos pais, os rapazes pedem para sair para poderem jogar mais assiduamente noutro clube.
Qual é a base desta equipa?
Esta equipa é essencialmente a mesma que jogou o ano passado nos Iniciados B com um ou outro miúdo que vieram doutros clubes.
É esta a maneira de trabalhar no clube?
Tem sido sempre assim até aqui. Para o ano sinceramente não sei como será, pois, com a nova parceria com as escolas do Milan que gere os escalões de formação até aos Iniciados B, teremos de analisar a equipa que joga este ano nos Iniciados B para termos uma ideia das qualidades dos jogadores.
Talvez tenha passado despercebido para muita gente, mas o Belenenses acabou este ano com a equipa de Juvenis B que disputava os Campeonatos Distritais da AF Lisboa. Porquê esta decisão?
Foi uma decisão que passou não só pela crise que o clube atravessa mas também teve em conta a falta de instalações do clube. Para além de todas as equipas do futebol de formação, temos ainda de partilhar os campos de treino com as equipas de rugby. O ano passado tínhamos três treinos por semana e só durante um deles tinha o campo todo à disposição. Este ano, com menos uma equipa, consigo fazer os três treinos semanais com o campo todo.
E esta decisão não vai afectar o desenvolvimento destes jogadores? A maior parte deles será juvenil de primeiro ano na próxima época e possivelmente muitos deles não irão ter lugar na equipa de Juvenis A do clube.
Sim, poderá ter algum efeito negativo nesse aspecto. Mas temos de viver com a realidade que temos. De qualquer modo, alguns destes jogadores irão fazer parte do plantel dos Juvenis A e outros irão rodar noutros clubes e irão ser observados de modo a que, se a sua evolução for positiva, possam integrar novamente o plantel dos juvenis do Belenenses.
Parece-me que a decisão de acabar com os Juvenis B não foi de todo positiva…
Nem eu disse que foi. Agora, o óptimo é inimigo do bom e não podemos viver numa realidade virtual. A situação do clube é difícil, mais uma equipa significa mais encargos e o clube não tem mais um campo de treinos disponível. Esta é a nossa realidade. E foi com base nessa realidade que se tomou esta decisão. Assim podemos fazer um melhor trabalho com as equipas que temos actualmente e que disputam os campeonatos nacionais. Claro que isso vai significar um menor acompanhamento dos jogadores que vão rodar noutros clubes. Mas esse é uma realidade com a qual temos de viver.
Se pudesse melhorar alguma coisa o que melhorava?
Teria as equipas B de Juvenis e Juniores que são fundamentais para estes ciclos de desenvolvimento de 4/5 anos até à idade de Sénior. Por outro lado, o funil seria mais largo e teríamos mais opções de escolha, baseada num acompanhamento dentro do clube durante toda a formação.
07:06
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