"Confirma-se que vou sair. Já transmiti à vice-presidente a minha decisão. São ciclos que temos na nossa vida desportiva e que quando entendemos que há um projecto que está no limite só me resta compreender que esse ciclo acabou. O clube precisa de outras pessoas, com novas ideias e novos projectos e estará na altura de eu abraçar outros projectos também. Chegou a altura de haver uma mudança", afirmou o treinador, que estava há quatro temporadas no clube.
Questionado sobre quais as razões de uma época abaixo das expectativas, Alípio Matos assume por inteiro a responsabilidade: "Falhei eu, porque sou o único responsável. Não havia já o hábito do Belenenses ser eliminado tão precocemente".
"Começou tudo mal e a época foi complicada. Começámos com muitas limitações e a as coisas foram sofrendo metamorfoses. Não havendo estabilidade e um espírito completamente positivo corre-se sempre o risco de não correr como nós desejaríamos. Foi uma época muito difícil e provavelmente não foi gerida da melhor maneira. Os jogadores deram o máximo e mostraram muito carácter", acrescentou o agora
ex-técnico dos azuis, revelando que o plantel tem pelo menos "dois meses de salários em atraso".
A sobrevivência do futsal do Belenenses poderá estar em causa, mas Alípio Matos deixa um voto de esperança para o futuro da secção do clube. "O Belenenses veio dar uma lufada de ar fresco ao futsal português e ocupou um espaço que não era seu, dando brilho e competitividade. Foi um outsider que se intrometeu nas decisões e saio com o clube no coração. Espero que as pessoas com responsabilidades no clube consigam a sua continuidade", vincou.
Relativamente ao seu futuro, Alípio Matos garante não haver ainda nenhuma sondagem ou convite, mas mostra-se receptivo a qualquer desafio. "Admito também sair para o estrangeiro, mas vamos aguardar com tranquilidade. Agora é tempo de descansar", concluiu.
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